segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

COLETA SELETIVA

COLETA SELETIVA
"Como implantar um projeto de coleta seletiva em minha escola, bairro ou cidade?" Este interesse pela coleta seletiva e reciclagem é muito importante! Porém existem dois outros itens igualmente importantes, nessa cadeia, que são a educação ambiental e a destinação. Sem que cada elo desta corrente seja previsto e planejado o sucesso da empreitada fica comprometido.
Mas, em primeiro lugar, temos que pensar na destinação, pois não vai adiantar nada acumular materiais recicláveis em nosso quintal antes de saber que destino dar a esse material. (esta prática inclusive permite o acúmulo de água parada e a transmissão da dengue). O comércio de recicláveis tem características fortes que, eventualmente, dificultam a implantação de coleta seletiva. Este comércio tem 4 exigências determinantes: Os quatro fatores: Quantidade, Qualidade, Freqüência e Forma de pagamento. As indústrias recicladoras, principais compradores de matéria prima reciclável, só compram em grandes quantidades (mínimo 1 tonelada), material selecionado e enfardado; isso determina a qualidade. Compram dos atravessadores que compram das cooperativas e dos sucateiros. A indústria dá preferência a quem fornece sempre esse material: freqüência. E a forma de pagamento costuma ser em 30 a 40 dias. As indústrias recicladoras são fábricas de vidro, de papel e papelão, de latas de alumínio e fábricas de sacos de lixo que reciclam alguns tipos de plástico,Indústrias têxteis usam o poliéster vindo do PET. Antes de começar a coletar precisamos mapear as possíveis destinações do material a ser coletado e definir critérios: vender para o sucateiro ou doar para a cooperativa? E quando o sucateiro não quiser mais comprar nossos materiais? Se quisermos montar um de galpão de beneficiamento (triagem e enfardamento para comercialização) precisamos nos programar para alcançarmos excelência nestes 4 fatores. O ideal é investir em um galpão de no mínimo 500m2 para acumular papel e papelão enfardado (que não pode tomar chuva como outros materiais), e uma prensa-enfardadora. Por questões financeiras, talvez não seja possível começar tão bem. Talvez seja oportuno fazer parcerias com a iniciativa privada e a administração pública. Afinal vários empregos estão sendo gerados e o meio ambiente está sendo beneficiado. Outra coisa: quanto mais perto o destino do lixo reciclável, melhor, para evitar o aumento do custo do transporte do material. O custo do transporte é o grande vilão da coleta seletiva. Faça contato com os catadores existentes. Talvez seja conveniente organizá-los em cooperativa ou associação. Os programas que existem em cidades brasileiras há mais de 5 anos são tocados pelas cooperativas, em sua totalidade. Esta prática tem originado um silencioso e belo movimento de inclusão social, já que os catadores são, eventualmente, pessoas que viviam na exclusão social, sejam na adição ou outras formas degradantes de marginalidade; e através do trabalho cooperativado tiram seus salários e recuperam seu lugar na sociedade. Uma outra destinação importante na viabilização de pequenos projetos de implantação de coleta seletiva, tais como condomínios e escolas, são as instituições filantrópicas que já comercializam com algum atravessador o material reciclável que acumula. A doação será muita bem vindo e o objetivo principal que era evitar que este material fosse parar no aterro sanitário e fazer com que ele retorne para a linha de produção, economizando recursos naturais, será alcançado. Se o seu objetivo é ter lucro isso é possível, desde que você tenha economia de escala lembrando sempre dos quatro fatores apresentados no início destas informações básicas. Não é fácil, mas é muito importante. Não desistam!